Além de grande goleiro, ídolo da torcida do
Corinthians, Gylmar era um rapaz boa-pinta e com um nível de educação e
conhecimentos bem superior à média dos jogadores de sua época. E estas
qualidades impressionaram muito a menina Rachel, de 17 anos, filha de um grande
empresário de São Paulo, Nagib Izar. Foi um caso de “amor à primeira vista”, conforme
se dizia na época, e que começou na piscina de um hotel de Águas de Lindóia
onde o Corinthians estava concentrado e paulistanos ricos passavam férias. Dizem
que o velho Nagib ficou tão horrorizado com a atitude da filha e daquele “jogadorzinho
de bola” que no mesmo dia fechou a conta, abreviou sua estada de férias e levou
toda a família de volta para São Paulo.
Pausa para um comentário rápido; sim, houve um tempo em que jogadores de futebol não ganhavam rios de dinheiro, e os pais de família não queriam que suas filhas namorassem estes tipos mal-educados e sem futuro. Zagallo viveu algo parecido. Que distância do mundo das marias-chuteiras de hoje... Mas voltemos ao “causo”.
Pausa para um comentário rápido; sim, houve um tempo em que jogadores de futebol não ganhavam rios de dinheiro, e os pais de família não queriam que suas filhas namorassem estes tipos mal-educados e sem futuro. Zagallo viveu algo parecido. Que distância do mundo das marias-chuteiras de hoje... Mas voltemos ao “causo”.
Rachel resolveu afrontar o pai e o namoro, começado
em 1954, virou casamento em 1960, do qual nasceram três filhos. Fiel aos seus
conceitos, “seu” Nagib passou exatos 17 anos sem falar com a filha, não
compareceu ao casamento e nem quis conhecer os três netos. Só que agora é que a
história começa a ficar interessante.
No dia 25 de outubro de 1971, de repente, Nagib ligou e convidou Rachel, o marido Gylmar (já então aposentado do futebol) e os filhos para que todos passassem o dia com ele e com sua esposa Najla, na sua mansão, no bairro do Paraíso, em São Paulo.
Almoçaram juntos, brincaram e se abraçaram como se nada tivesse acontecido naqueles 17 anos. No fim da noite, já na sua casa e ainda tentando entender as emoções do dia, Rachel recebeu telefonema da mãe comunicando que “seu” Nagib Izar tinha acabado de morrer de infarto! Detalhe; tudo isto é fato, comprovado por todos eles. Foi premonição, remorso ou coincidência? Só isto já seria uma história interessante; mas, por incrível que pareça, o “causo” ainda teve outros desdobramentos.
Na hora de tratar do inventário, Rachel e seus irmãos (entre os quais havia um deputado federal, o falecido Ricardo Izar) se reuniram na sede da empresa. Obviamente, ninguém esquecia a estranha história do reencontro entre pai e filha no último dia da vida dele, e o agora perdoado Gylmar também foi chamado para a reunião da família.
No dia 25 de outubro de 1971, de repente, Nagib ligou e convidou Rachel, o marido Gylmar (já então aposentado do futebol) e os filhos para que todos passassem o dia com ele e com sua esposa Najla, na sua mansão, no bairro do Paraíso, em São Paulo.
Almoçaram juntos, brincaram e se abraçaram como se nada tivesse acontecido naqueles 17 anos. No fim da noite, já na sua casa e ainda tentando entender as emoções do dia, Rachel recebeu telefonema da mãe comunicando que “seu” Nagib Izar tinha acabado de morrer de infarto! Detalhe; tudo isto é fato, comprovado por todos eles. Foi premonição, remorso ou coincidência? Só isto já seria uma história interessante; mas, por incrível que pareça, o “causo” ainda teve outros desdobramentos.
Na hora de tratar do inventário, Rachel e seus irmãos (entre os quais havia um deputado federal, o falecido Ricardo Izar) se reuniram na sede da empresa. Obviamente, ninguém esquecia a estranha história do reencontro entre pai e filha no último dia da vida dele, e o agora perdoado Gylmar também foi chamado para a reunião da família.
Como era comum na era pré-digital, “seu” Nagib
tinha no escritório um cofre daqueles bem antigos, pesadões, cuja combinação só
ele conhecia. Ali ficavam os documentos mais importantes do patriarca e da
empresa. O diabo é que ninguém conseguia abrir o tal do cofre. Chamaram
arrombadores profissionais, fabricantes de cofre, e nada. Quando a hipótese de
uma explosão já estava sendo cogitada, Gylmar, com a sua discrição habitual, pediu
licença aos cunhados e começou a mexer no relógio de controle da fechadura.
Girou umas sete ou oito vezes, sempre depois apertando a maçaneta e de repente… o cofre se abriu! Inacreditavelmente, Gylmar desafiou todas as leis da estatística e acertou a combinação do cofre. Ou será que algum espírito soprou no ouvido dele? Acredite se quiser...
Prá completar a história, só faltava mesmo saber o conteúdo do cofre. E agora foi a vez da emoção falar mais alto. Ao lado de escrituras, ações e outros documentos importantes, existiam diversas pastas, cuidadosamente catalogadas, com recortes de todas as notícias e fotos de revistas e jornais que falavam em Gylmar, Rachel e os filhos nos últimos 17 anos. Foi então que dona Baije, a fiel secretária do velho há muitos anos, contou que, por todo este tempo, o turrão Nagib Izar, ao chegar logo cedinho para o trabalho, TODO DIA ficava por uma hora folheando suas pastas, vendo página por página e foto por foto da família da filha e do genro famoso. Não preciso dizer que, a esta altura do campeonato, o escritório era um mar de lágrimas...
Pessoal; a história é verdadeira, insisto mais uma vez, e confirmada por todos os envolvidos. Hoje, só me resta rezar por Gylmar e pelo velho Nagib que, com toda a certeza, já está de prontidão para receber o genro de braços abertos na sua chegada lá do outro lado. Ou para morrer de rir se ele, lembrando os seus tempos de goleiro de seleção, conseguir fazer uma defesa milagrosa e mandar a morte para escanteio...
Girou umas sete ou oito vezes, sempre depois apertando a maçaneta e de repente… o cofre se abriu! Inacreditavelmente, Gylmar desafiou todas as leis da estatística e acertou a combinação do cofre. Ou será que algum espírito soprou no ouvido dele? Acredite se quiser...
Prá completar a história, só faltava mesmo saber o conteúdo do cofre. E agora foi a vez da emoção falar mais alto. Ao lado de escrituras, ações e outros documentos importantes, existiam diversas pastas, cuidadosamente catalogadas, com recortes de todas as notícias e fotos de revistas e jornais que falavam em Gylmar, Rachel e os filhos nos últimos 17 anos. Foi então que dona Baije, a fiel secretária do velho há muitos anos, contou que, por todo este tempo, o turrão Nagib Izar, ao chegar logo cedinho para o trabalho, TODO DIA ficava por uma hora folheando suas pastas, vendo página por página e foto por foto da família da filha e do genro famoso. Não preciso dizer que, a esta altura do campeonato, o escritório era um mar de lágrimas...
Pessoal; a história é verdadeira, insisto mais uma vez, e confirmada por todos os envolvidos. Hoje, só me resta rezar por Gylmar e pelo velho Nagib que, com toda a certeza, já está de prontidão para receber o genro de braços abertos na sua chegada lá do outro lado. Ou para morrer de rir se ele, lembrando os seus tempos de goleiro de seleção, conseguir fazer uma defesa milagrosa e mandar a morte para escanteio...
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