terça-feira, 26 de julho de 2011

Minutos de sabedoria

Pessoal;
É claro que, num blog anarquista como este, você jamais vai encontrar algum tipo de auto-ajuda (no máximo auto-atrapalhação), por isto não se impressione com o título deste post.
Trata-se de uma coletânea de frases que fui juntando ao longo da vida, algumas inventadas por mim mesmo, outras que ouvi por aí. Podem olhar que é de graça.
----------------------------------------------------------
MINUTOS DE SABEDORIA
- Melhor conversar com passarinho que brincar com o pinto dos outros.
(Frase atribuída a São Francisco de Assis, num raro momento de raiva)

- Pobre só vai prá frente quando o ônibus freia.
(Do editorial da revista “Caras”, intitulado “Pior que pobre, só se for pobre, feio e corno”)

- Nunca confie em uma mulher. Um ser que consegue simular um orgasmo é capaz de qualquer coisa.
(Da trilogia “Pobre, Feio e Corno”, de José Mané)

- É a grande verdade; quem morre de tesão por homem é viado. O que excita uma mulher, mesmo, é dinheiro.
(Complemento, óbvio, da frase anterior. Da mesma fonte)

- Já que estamos falando nisto, orgasmo masculino é como gol de pênalti; vale, mas não tem graça nenhuma. Analisando bem, perder pênalti e brochar tem muita coisa em comum... Agora o orgasmo feminino, muitas vezes, é um verdadeiro gol de placa (tem até “replay” instantâneo, coisa que o homem não consegue). E o mais interessante é que nem o parceiro consegue saber foi gol mesmo, se teve mão no meio do lance, se a bandeirinha subiu ou não, enfim, tem um monte de duplos sentidos interessantes nesta história.
(Do livro “Pérolas de mesa de bar”, que ainda será escrito um dia – assim que o autor curar o porre)

- No futebol, como na suruba, é preciso tomar muito cuidado com o homem que vem de trás.
(De Tim Rabeau, ex-meia-esquerda e ator pornográfico francês)

- Reunião de Coordenação é o local onde se juntam várias pessoas que, sozinhas, não tem poder para decidir nada mas, em conjunto, são capazes de resolver que nada será decidido.
(Adaptado de uma frase de Fred Allen)

- Manter o crescimento duradouro e auto-sustentável é um sonho dos economistas liberais quase impossível de se realizar – principalmente depois de uma certa idade.
(De Caio Brochado Pinto, analista econômico ativo, mas sexólogo aposentado)

- O cego é cego porque não vê; o surdo é surdo porque não ouve; agora, o mudo é mudo porque não fala – falou?
(Extraído do livro “Issa! – Uma Antologia da Filosofia Surfista” (o livro, na verdade, só tem uma página, com letras grandes e muitas figuras))

- Uma corça não deve banhar-se no mesmo rio que os tigres – a não ser, é claro, que ela esteja louquinha prá ser comida, e aí o problema é só dela.
(Do milenar ensaio filosófico hindu “Cada um dá o que tem”, de Yogay Yogayhan – conhecido como “o boiola do Ganges”)

- Com mulher brava e cachorro louco não adianta tentar discutir. Aliás, pensando bem, com mulher louca e cachorro bravo também não. Resumindo, o melhor mesmo é nunca tentar discutir com mulheres e cachorros.
(De John B. Mailman, no “Manual de Sobrevivência de Carteiros – e Maridos”)

- O bom-humor e a boa saúde são os maiores presentes que Deus pode dar a um homem – a menos, é claro, que Ele esteja num dia excepcionalmente generoso, e resolva mandar logo a Larissa Riquelme, embrulhada em celofane.
(Do artigo “Interpretando os Sinais Divinos”, de Frei Juquinha, Sacerdote-mor dos Monges da Perpétua Sacanagem)

- Deus só conseguiu completar o Universo em seis dias porque não foi obrigado a fazer cópia de verificação.
(Trecho do manifesto anarquista “Ou nós acabamos com a ISO, ou ela acaba com a gente”)

- O grande problema na hora de fazer um cronograma é aquele tipo de gerente que tem certeza que, se colocarmos nove mulheres em paralelo, conseguiremos produzir um bebê em um mês.
(Extraído do “Livro Sagrado do Gerente de Projetos”)

- Ainda sobre o mesmo tema: cronograma é mais ou menos como o hímen – só existe para ser furado.
(Da mesma fonte)

- Fechando o assunto: a diferença entre os dois é que o hímen não tem “Revisão A”.
(Da mesma fonte – só que na “Revisão A”)

terça-feira, 19 de julho de 2011

Mais uma sobre sucesso e fracasso

Hoje, participando de uma discussão sobre a avaliação do trabalho de um gerente de projetos, no grupo de gerenciamento de projetos do Linkedin, postei o seguinte;
--------------------------------------------------
Costumo dizer que a forma mais prática de saber que o seu trabalho no gerenciamento de um projeto foi considerado muito bom é quando, no fim do projeto, o cliente sorri e diz; quero que você seja o gerente do meu próximo projeto!
Na mesma linha, fracasso é quando o cliente não quer ver a tua cara no fim do projeto (ou mesmo durante o projeto, o que é pior ainda) ou, em casos extremos, quando ele manda você conversar diretamente com o advogado da empresa.
E posso dizer, com segurança, que esta avaliação da atuação do gerente do projeto nem sempre é uma função direta do resultado obtido pelo projeto, propriamente dito (embora um sucesso sempre ajude a obter o outro, of course).
Pode parecer piada, mas até hoje não achei um SPI, CPI, KPI, XPTO ou qualquer outra destas intrincadas e complexas combinações de letrinhas que fosse tão eficiente quanto este método simples.
Mas vamos continuar tentando. Quem sabe não achamos, algum dia, a Pedra Filosofal? Os alquimistas estão chegando, diria o grande Jorge Benjor...
------------------------------------------
Continuando com a tese, agora "off the records", um desabafo; não aguento mais alguns consultores, sábios e eruditos de plantão que ganham a vida complicando o que é simples. Os caras nunca trabalharam em um projeto de verdade e saem inventando índices para isto e para aquilo. Uma verdadeira masturbação mental, e o pior é que ainda têm coragem de cobrar caro por ela. No fim das contas, resultado, que é bom, não acontece. Chamo isto de "efeito sabonete"; o cara é capaz de encher o banheiro de espuma, mas o conteúdo, mesmo, cabe na palma da mão...
Talvez eu esteja ficando velho e ranzinza.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

O famoso gol de Ghiggia teve uma prévia... e ninguém viu!

Em época de Copa América, final de Libertadores entre Santos e Penharol e várias outras evocações do passado, tenho certeza que alguém vai falar, mais cedo ou mais tarde, em Maracanazo. E ainda mais que a data fatídica (16 de julho) está se aproximando. Para quem não sabe, Maracanazo foi como ficou conhecida a mais terrível tragédia da história do nosso futebol; a derrota para o Uruguai na final da Copa de 1950, disputada no Brasil.
Estou prestes a completar 60 anos, e tenho verdadeira fascinação pelo futebol dos anos 50 e 60, minha infância e adolescência. E agora com a ferramenta maravilhosa do “Youtube” e outras, fico às vezes um bom tempo na Internet caçando jogos dos timaços do Santos, Real Madrid, Penharol e outros desta época maravilhosa.
Um dia destes, nesta busca, procurei achar jogos da Copa de 50, e fiz uma descoberta que, para os fanáticos por futebol como é o meu caso, é bem interessante; no jogo Uruguai 2x2 Espanha, pela fase final do torneio, o ponta uruguaio Ghiggia fez um gol igual ao que nos derrotou na final. Esclarecendo mais uma vez para os que não têm a cultura futebolística muito aprofundada, o Brasil perdeu a final por 2x1, e o gol da vitória do Uruguai foi marcado por Ghiggia chutando quase sem ângulo, entre a trave e o goleiro, após penetrar na área em diagonal. O goleiro brasileiro Barbosa foi quase crucificado pela sua suposta falha no lance, e esta maldição o perseguiu até morrer pobre e doente no final dos anos 90. Observem o vídeo (não sei se o link funciona, sou muito ruim de informática, mas procurem no Youtube que vocês acham rapidinho). O detalhe engraçado é que a narração é em inglês.
http://www.youtube.com/watch?v=pSl-QOffEVc
A conclusão a que cheguei é bem simples; se algum integrante da comissão técnica brasileira se desse ao trabalho de assistir ao jogo do Uruguai, teria alertado o nosso goleiro sobre este tipo de jogada (que era característica do Ghiggia, pelo jeito). E talvez a história fosse diferente...
Detalhe importante; ninguém chamou o goleiro espanhol Ramallets (que era excelente, por sinal) de frangueiro por causa deste gol. Já o nosso pobre Barbosa, que, diga-se, fechou o gol durante toda a Copa e foi titular durante mais de dez anos do Vasco da Gama, em um time tão bom que chegou a ser chamado “Expresso da Vitória”, acabou ficando marcado por toda a eternidade por uma falha que não cometeu...
Usando isto como um “case” (acho que isto está virando uma obsessão para mim), mais uma vez temos aqui dois aspectos muito tristes da cultura brasileira e que, diga-se, não mudaram nem um pouquinho de 1950 para cá; primeiro, o desprezo por qualquer tipo de planejamento (ninguém se preocupou em observar os uruguaios, nossos adversários na final). Em segundo lugar, a mania de, depois do leite derramado, ficar caçando culpados ao invés de tentar aprender a lição.
Mas um dia a gente se conserta...