sábado, 29 de setembro de 2018

O estranho paradoxo de um povo que exige mudanças, mas não quer mudar

Fazendo uma breve reflexão sobre as pesquisas eleitorais, o panorama do Brasil é hoje desolador.
A nível nacional, anuncia-se um segundo turno entre os dois candidatos mais conservadores do espectro. De um lado o PT de Lula, que em catorze anos de poder conseguiu levar o País à maior recessão de sua história e, de quebra, implantou um esquema de corrupção cujos números são, para dizer o mínimo, impressionantes. No outro canto do ringue um capitão grosseiro, que promete trazer de volta os bons tempos(?) da ditadura militar. Em comum os dois grupos têm a visão de que bom era o passado, e nenhum projeto para o futuro.
Afora isto, a nível estadual, alguns nomes e figurinhas carimbadas continuam com eleitorados fieis e numerosos; Garotinho, Aécio, Calheiros, Dilma... enfim, a lista é longa. Isto sem contar os clãs familiares que se perpetuam com a benção dos eleitores; só no Rio temos filhos de Cabral, Eduardo Cunha, Roberto Jefferson, Picciani e do próprio casal Garotinho ascendendo a postos importantes no congresso nacional.
A qualidade dos debates, obviamente, segue a mesma regra; há pouco tempo as redes antissociais se digladiavam para saber se o nazismo era de direita ou esquerda, mais de setenta nos depois da morte de Hitler. Mais uma vez, a fixação no passado.
Resumindo, conforme sugeri no meu livro, acho que os versos ufanistas (e altamente complexos) do hino nacional deveriam ser substituídos por um samba antigo, de um baiano genial que passou à historia sob a alcunha de Batatinha; “Se eu deixar de sofrer, como é que vai ser, para me acostumar...”.
Enfim, todo mundo quer mudanças, mas sem mexer no que está aí. Fica difícil...

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