No triste Brasil dividido e irracional de hoje, dois grupos se digladiam na internet, na rua, na chuva, na fazenda...
De um lado há os que estão dispostos a brigar com todos os amigos e votar em candidatos que sabidamente não prestam porque é preciso “acabar com o fascismo”. Isto mais de setenta anos depois da morte de Mussolini.
Do outro lado há os que estão dispostos a brigar com todos os amigos e votar em candidatos que sabidamente não prestam porque é preciso “deter o avanço do comunismo”. Isto quase trinta anos depois da queda do muro de Berlim.
Tentando manter um mínimo de racionalidade no debate, lembro o velho e bom Millôr Fernandes, que dizia; quando uma ideologia fica bem velhinha, ela vem morar no Brasil... Complemento meu; nada mais irrelevante, no mundo de hoje, que discutir sobre fascismo ou comunismo. Só aqui, na segunda divisão do terceiro mundo.
Aliás, o mesmo Millor disse que “democracia é o sujeito poder comemorar um gol do Vasco no meio da arquibancada do Flamengo, e vice-versa”. Mais atual, impossível.
Enfim, entre ressuscitar Mussolini ou Stalin, eu prefiro Millôr. Salve o mestre!
Até a próxima,
quarta-feira, 10 de outubro de 2018
sábado, 29 de setembro de 2018
O estranho paradoxo de um povo que exige mudanças, mas não quer mudar
Fazendo uma breve reflexão sobre as pesquisas eleitorais, o panorama do Brasil é hoje desolador.
A nível nacional, anuncia-se um segundo turno entre os dois candidatos mais conservadores do espectro. De um lado o PT de Lula, que em catorze anos de poder conseguiu levar o País à maior recessão de sua história e, de quebra, implantou um esquema de corrupção cujos números são, para dizer o mínimo, impressionantes. No outro canto do ringue um capitão grosseiro, que promete trazer de volta os bons tempos(?) da ditadura militar. Em comum os dois grupos têm a visão de que bom era o passado, e nenhum projeto para o futuro.
Afora isto, a nível estadual, alguns nomes e figurinhas carimbadas continuam com eleitorados fieis e numerosos; Garotinho, Aécio, Calheiros, Dilma... enfim, a lista é longa. Isto sem contar os clãs familiares que se perpetuam com a benção dos eleitores; só no Rio temos filhos de Cabral, Eduardo Cunha, Roberto Jefferson, Picciani e do próprio casal Garotinho ascendendo a postos importantes no congresso nacional.
A qualidade dos debates, obviamente, segue a mesma regra; há pouco tempo as redes antissociais se digladiavam para saber se o nazismo era de direita ou esquerda, mais de setenta nos depois da morte de Hitler. Mais uma vez, a fixação no passado.
Resumindo, conforme sugeri no meu livro, acho que os versos ufanistas (e altamente complexos) do hino nacional deveriam ser substituídos por um samba antigo, de um baiano genial que passou à historia sob a alcunha de Batatinha; “Se eu deixar de sofrer, como é que vai ser, para me acostumar...”.
Enfim, todo mundo quer mudanças, mas sem mexer no que está aí. Fica difícil...
A nível nacional, anuncia-se um segundo turno entre os dois candidatos mais conservadores do espectro. De um lado o PT de Lula, que em catorze anos de poder conseguiu levar o País à maior recessão de sua história e, de quebra, implantou um esquema de corrupção cujos números são, para dizer o mínimo, impressionantes. No outro canto do ringue um capitão grosseiro, que promete trazer de volta os bons tempos(?) da ditadura militar. Em comum os dois grupos têm a visão de que bom era o passado, e nenhum projeto para o futuro.
Afora isto, a nível estadual, alguns nomes e figurinhas carimbadas continuam com eleitorados fieis e numerosos; Garotinho, Aécio, Calheiros, Dilma... enfim, a lista é longa. Isto sem contar os clãs familiares que se perpetuam com a benção dos eleitores; só no Rio temos filhos de Cabral, Eduardo Cunha, Roberto Jefferson, Picciani e do próprio casal Garotinho ascendendo a postos importantes no congresso nacional.
A qualidade dos debates, obviamente, segue a mesma regra; há pouco tempo as redes antissociais se digladiavam para saber se o nazismo era de direita ou esquerda, mais de setenta nos depois da morte de Hitler. Mais uma vez, a fixação no passado.
Resumindo, conforme sugeri no meu livro, acho que os versos ufanistas (e altamente complexos) do hino nacional deveriam ser substituídos por um samba antigo, de um baiano genial que passou à historia sob a alcunha de Batatinha; “Se eu deixar de sofrer, como é que vai ser, para me acostumar...”.
Enfim, todo mundo quer mudanças, mas sem mexer no que está aí. Fica difícil...
domingo, 23 de setembro de 2018
Será que debate e "dedo na cara" são sinônimos?
O debate totalmente extemporâneo e inútil sobre o nazismo ser destro ou canhoto chegou às paginas do Globo na edição de sábado, 22/09/2018. E um depoimento me chamou a atenção. Uma professora que ministra aulas de história há cerca de 20 anos em uma escola de Belford Roxo (RJ) afirmou que, de uns tempos para cá, “Os alunos passaram a colocar o dedo na cara dos professores e questionar fatos históricos com bases em achismos vistos na internet”.
O que me chamou a atenção não foi o questionamento, mas sim o dedo na cara. Sou professor e adoro quando os alunos me contestam, porque um debate é sempre mais interessante do que uma aula expositiva, só que a ideia de encarar com naturalidade o “dedo na cara” me parece inconcebível.
Extrapolando o raciocínio, entendo que este é um dos grandes problemas brasileiros; confundimos debate com dedo na cara. As grandes nações são forjadas no debate e na troca de ideias, na tese e antítese, no questionamento contínuo. Sem dedo na cara, por supuesto.
Não é preciso ser um gênio em politica para entender que é por isto que chegamos hoje a uma eleição polarizada entre um grupo que apoia cegamente um corrupto que está na cadeia e outro grupo que apoia cegamente um cara que idolatra torturadores. Tenho certeza que nenhum dos dois é uma boa solução para o Brasil, mas não temos debate, só dedo na cara.
Fé cega, faca amolada
O que me chamou a atenção não foi o questionamento, mas sim o dedo na cara. Sou professor e adoro quando os alunos me contestam, porque um debate é sempre mais interessante do que uma aula expositiva, só que a ideia de encarar com naturalidade o “dedo na cara” me parece inconcebível.
Extrapolando o raciocínio, entendo que este é um dos grandes problemas brasileiros; confundimos debate com dedo na cara. As grandes nações são forjadas no debate e na troca de ideias, na tese e antítese, no questionamento contínuo. Sem dedo na cara, por supuesto.
Não é preciso ser um gênio em politica para entender que é por isto que chegamos hoje a uma eleição polarizada entre um grupo que apoia cegamente um corrupto que está na cadeia e outro grupo que apoia cegamente um cara que idolatra torturadores. Tenho certeza que nenhum dos dois é uma boa solução para o Brasil, mas não temos debate, só dedo na cara.
Fé cega, faca amolada
domingo, 16 de setembro de 2018
As eleições e a triste escolha que vamos ter que fazer
Faltando três semanas para a eleição presidencial, as projeções das pesquisas ainda são nebulosas para o provável segundo turno. Bolsonaro vai estar lá, é quase certo, mas contra quem?
Neste ponto, entendo que cabe uma reflexão. A rejeição ao nome de Bolsonaro é histérica, mas eu – que não sou simpatizante dele, quero deixar claro – acho que chegou a hora de pensar de forma prática e objetiva, deixando preconceitos de lado.
Tive a pachorra de ouvir algumas falas do “Mito” – não deixa de ser um exercício de paciência, muitas vezes – e tirei uma conclusão; ele é realmente grosseiro, fã de torturadores, mas é preciso admitir que, em mais de vinte anos de vida pública, não pesa contra ele ou seus filhos qualquer acusação consistente de corrupção ou enriquecimento ilícito. E também jamais disse que pretende voltar com a ditadura militar ou algo parecido.
Já os partidos que chamaríamos de “esquerda” (PT e seus genéricos), deixam claro que seu primeiro ato, caso eleitos, será rasgar a constituição, achincalhar o Judiciário e tirar da cadeia Lula e os amiguinhos que estão presos por roubo e corrupção. Controlar a mídia e a liberdade de expressão não está descartado. Enfim, é a revanche do AI-5; quem é da nossa gangue pode tudo, e aí dos subversivos que quiserem salvar o Brasil de outro jeito! Ora, o nome técnico disto é ditadura. Tão ignóbil quanto a dos militares.
Resumindo, é quase certo que teremos que escolher entre um dos demônios acima. Sim, existe o Ciro Gomes, mas este pode ser o pior dos mundos; um cara tão grosseiro e destemperado quanto Bolsonaro, e com uma sede de poder que talvez o leve a aceitar a ideia de indultar Lula em troca dos votos da “esquerda”. É o que penso dele, posso estar errado.
Enfim, salvo novas facadas, canetadas ou intervenções divinas, este é o quadro. Não é grande coisa, mas é o que temos para o momento.
Que Deus ilumine a nossa escolha...
Neste ponto, entendo que cabe uma reflexão. A rejeição ao nome de Bolsonaro é histérica, mas eu – que não sou simpatizante dele, quero deixar claro – acho que chegou a hora de pensar de forma prática e objetiva, deixando preconceitos de lado.
Tive a pachorra de ouvir algumas falas do “Mito” – não deixa de ser um exercício de paciência, muitas vezes – e tirei uma conclusão; ele é realmente grosseiro, fã de torturadores, mas é preciso admitir que, em mais de vinte anos de vida pública, não pesa contra ele ou seus filhos qualquer acusação consistente de corrupção ou enriquecimento ilícito. E também jamais disse que pretende voltar com a ditadura militar ou algo parecido.
Já os partidos que chamaríamos de “esquerda” (PT e seus genéricos), deixam claro que seu primeiro ato, caso eleitos, será rasgar a constituição, achincalhar o Judiciário e tirar da cadeia Lula e os amiguinhos que estão presos por roubo e corrupção. Controlar a mídia e a liberdade de expressão não está descartado. Enfim, é a revanche do AI-5; quem é da nossa gangue pode tudo, e aí dos subversivos que quiserem salvar o Brasil de outro jeito! Ora, o nome técnico disto é ditadura. Tão ignóbil quanto a dos militares.
Resumindo, é quase certo que teremos que escolher entre um dos demônios acima. Sim, existe o Ciro Gomes, mas este pode ser o pior dos mundos; um cara tão grosseiro e destemperado quanto Bolsonaro, e com uma sede de poder que talvez o leve a aceitar a ideia de indultar Lula em troca dos votos da “esquerda”. É o que penso dele, posso estar errado.
Enfim, salvo novas facadas, canetadas ou intervenções divinas, este é o quadro. Não é grande coisa, mas é o que temos para o momento.
Que Deus ilumine a nossa escolha...
quinta-feira, 13 de setembro de 2018
Os “Trumpistas enrustidos” enganaram as pesquisas. Pode acontecer o mesmo com Bolsonaro...
Às vésperas da última eleição americana, todos os institutos de pesquisa de lá indicavam a vitória de Hillary Clinton sobre Donald Trump. A margem era estreita, mas garantida. Na hora da verdade, todo mundo sabe o que aconteceu; o topetudo escroto derrotou a princesinha do politicamente correto, para horror da plateia. E o mais incrível é que o governo dele, apesar dele, está dando certo; pelo menos a economia (que é o que conta), vai muito bem.
Li, não sei onde, uma teoria que me pareceu bem consistente; a repulsa histérica que cercava o nome de Donald Trump era tão grande que boa parte de seus eleitores omitia a sua escolha até para os pesquisadores e estatísticos. Como cantava a grande Amália Rodrigues, em um fado inesquecível, “de quem eu gosto, nem às paredes confesso...”. Pois os eleitores de Trump não confessavam, mas, na solidão da cabine, viraram o jogo.
Creio que o fenômeno pode se repetir com Bolsonaro. As reações a seu nome são histéricas e, muitas vezes, beiram o irracional. É claro que existem os que assumiram sua opção, sem medo do linchamento moral; são os vinte e tantos por cento do eleitorado que, praticamente, asseguram sua presença no segundo turno.
E é exatamente no segundo turno, onde Bolsonaro sempre aparece como perdedor, que eu vejo o fantasma do “eleitor enrustido”; afinal, é muito menos perigoso para a vida social de alguém dizer que vota em qualquer um, menos nele, do que assumir algo do tipo “se for para eleger um coronelão que nem o Ciro, aí vou de Bolsonaro e f(*)-se!” (isto vale para Marina, Alckmin, Haddad ou até o Lula, se acontecer ainda).
Resumindo; acho que a chance de Bolsonaro ganhar o segundo turno é muito maior do que se pensa. E tenho certeza que a maneira mais burra de combatê-lo é xingando os seus eleitores.
Quem viver, verá.
Li, não sei onde, uma teoria que me pareceu bem consistente; a repulsa histérica que cercava o nome de Donald Trump era tão grande que boa parte de seus eleitores omitia a sua escolha até para os pesquisadores e estatísticos. Como cantava a grande Amália Rodrigues, em um fado inesquecível, “de quem eu gosto, nem às paredes confesso...”. Pois os eleitores de Trump não confessavam, mas, na solidão da cabine, viraram o jogo.
Creio que o fenômeno pode se repetir com Bolsonaro. As reações a seu nome são histéricas e, muitas vezes, beiram o irracional. É claro que existem os que assumiram sua opção, sem medo do linchamento moral; são os vinte e tantos por cento do eleitorado que, praticamente, asseguram sua presença no segundo turno.
E é exatamente no segundo turno, onde Bolsonaro sempre aparece como perdedor, que eu vejo o fantasma do “eleitor enrustido”; afinal, é muito menos perigoso para a vida social de alguém dizer que vota em qualquer um, menos nele, do que assumir algo do tipo “se for para eleger um coronelão que nem o Ciro, aí vou de Bolsonaro e f(*)-se!” (isto vale para Marina, Alckmin, Haddad ou até o Lula, se acontecer ainda).
Resumindo; acho que a chance de Bolsonaro ganhar o segundo turno é muito maior do que se pensa. E tenho certeza que a maneira mais burra de combatê-lo é xingando os seus eleitores.
Quem viver, verá.
domingo, 26 de agosto de 2018
Claudiomiro, as Brahmas da Polar e a lembrança de um tempo menos neurótico
Da série “depois de velho eu virei sentimental”;
Fiquei emocionado com a morte de Claudiomiro, um dos maiores centroavantes da história do Internacional e autor do primeiro gol do Estádio Beira-Rio, em 1969. E o que me emocionou foi lembrar uma historinha folclórica dele, da qual sou testemunha.
Na Porto Alegre da época havia um programa esportivo conhecido; Jogo Aberto, na extinta TV Difusora. O programa era patrocinado pela cerveja Polar, até hoje uma das melhores do Brasil, e o jogador escolhido como “o melhor da rodada” ganhava uma caixa de cervejas.
O problema é que a liderança de mercado da onipresente Brahma era tão grande que o pessoal já tinha criado o hábito de usar Brahma como sinônimo de cerveja. O papo era; domingo vamos tomar umas Brahmas (que podia ser de qualquer marca).
Pois o nosso bom Claudiomiro ganhou o prêmio e, na hora de agradecer, com o programa ao vivo, lascou esta; “Queria agradecer à Polar pela caixa de Brahma que me mandou...”. Quase morri de rir vendo a cara dos apresentadores. No dia seguinte, sacaneamos muito os amigos colorados com a mancada do ídolo deles.
Mais do que um “causo” divertido, esta história marca prá mim uma época em que o mundo era mentalmente mais saudável. Sim, um jogador podia ganhar cervejas de presente, sim, a gente curtia com a cara dos outros torcedores e eles com a nossa e tava tudo bem, sim, jogadores falavam coisas erradas e tava tudo certo.
Hoje, a pressão doentia das redes antissociais e do terrível “politicamente correto” obriga jogadores a ter assessores que orientam o que pode e o que não podem falar, porque qualquer erro pode virar cavalo de batalha para gente estúpida e cheia de ódio no coração.
Vai em paz, meu bom Claudiomiro. Tenho certeza que lá no paraíso estão te esperando com uma caixa de Brahma da Polar, bem gelada.
Até a próxima!
Fiquei emocionado com a morte de Claudiomiro, um dos maiores centroavantes da história do Internacional e autor do primeiro gol do Estádio Beira-Rio, em 1969. E o que me emocionou foi lembrar uma historinha folclórica dele, da qual sou testemunha.
Na Porto Alegre da época havia um programa esportivo conhecido; Jogo Aberto, na extinta TV Difusora. O programa era patrocinado pela cerveja Polar, até hoje uma das melhores do Brasil, e o jogador escolhido como “o melhor da rodada” ganhava uma caixa de cervejas.
O problema é que a liderança de mercado da onipresente Brahma era tão grande que o pessoal já tinha criado o hábito de usar Brahma como sinônimo de cerveja. O papo era; domingo vamos tomar umas Brahmas (que podia ser de qualquer marca).
Pois o nosso bom Claudiomiro ganhou o prêmio e, na hora de agradecer, com o programa ao vivo, lascou esta; “Queria agradecer à Polar pela caixa de Brahma que me mandou...”. Quase morri de rir vendo a cara dos apresentadores. No dia seguinte, sacaneamos muito os amigos colorados com a mancada do ídolo deles.
Mais do que um “causo” divertido, esta história marca prá mim uma época em que o mundo era mentalmente mais saudável. Sim, um jogador podia ganhar cervejas de presente, sim, a gente curtia com a cara dos outros torcedores e eles com a nossa e tava tudo bem, sim, jogadores falavam coisas erradas e tava tudo certo.
Hoje, a pressão doentia das redes antissociais e do terrível “politicamente correto” obriga jogadores a ter assessores que orientam o que pode e o que não podem falar, porque qualquer erro pode virar cavalo de batalha para gente estúpida e cheia de ódio no coração.
Vai em paz, meu bom Claudiomiro. Tenho certeza que lá no paraíso estão te esperando com uma caixa de Brahma da Polar, bem gelada.
Até a próxima!
terça-feira, 21 de agosto de 2018
Lulistas e Bolsonarianos têm uma coisa em comum; o desprezo pelas instituições democráticas. E isto é um perigo
O cenário polarizado e grosseiro que envolve a atual campanha eleitoral deriva, de certa forma, da visão totalitária dos seguidores dos dois nomes mais importantes do cenário; o candidato Bolsonaro e Lula, o candidato a candidato.
Bolsonaro pelo menos é sincero e explícito; apoia abertamente a volta da ditadura militar, torce o nariz para tudo o que represente “direitos humanos”, cita torturadores como exemplos de conduta... Enfim, quem vota nele sabe exatamente o que ele pensa.
Já os que exigem a libertação de Lula são um pouco mais sutis, mas não menos perigosos. Afinal, acreditar que a condenação de Lula é um gesto político e não se baseia em provas reais significa pensar que o todo o sistema judiciário brasileiro não vale nada. E não é preciso ser um gênio para saber que a primeira coisa que qualquer regime ditatorial faz é acabar com o judiciário e estabelecer suas próprias leis. Juntando A com B...
Outro sintoma desta distorção pode ser visto na devoção que a maioria dos Lulistas tem por Fidel Castro. Não há como negar o carisma e a força de Fidel como líder, mas, por outro lado, é preciso entender que ele sempre foi um ditador, incapaz de conviver com o contraditório. Isto o coloca num nível muito abaixo de verdadeiros líderes democráticos, como Churchill e Mandela, só para citar dois. Resumindo; quem louva a trajetória de Fidel Castro não acredita em soluções democráticas, simples assim.
Enfim, o que une os dois lados aparentemente opostos desta moeda é o fascínio por líderes messiânicos e a incapacidade de conviver com quem ousa ter opiniões diferentes. Um lado quer a volta da ditadura dos militares, o outro acredita que Lula é o ditador “bonzinho e amigo do povo” que vai transformar o Brasil na grande e feliz Cuba dos sonhos deles.
O que me deixa mais preocupado é que, somados, Lulistas e Bolsonarianos representam mais da metade dos eleitores brasileiros. A conclusão é triste; democraticamente, a maioria dos brasileiros decide que é contra a democracia. Como é que a gente sai desta?
Quem viver, verá.
Bolsonaro pelo menos é sincero e explícito; apoia abertamente a volta da ditadura militar, torce o nariz para tudo o que represente “direitos humanos”, cita torturadores como exemplos de conduta... Enfim, quem vota nele sabe exatamente o que ele pensa.
Já os que exigem a libertação de Lula são um pouco mais sutis, mas não menos perigosos. Afinal, acreditar que a condenação de Lula é um gesto político e não se baseia em provas reais significa pensar que o todo o sistema judiciário brasileiro não vale nada. E não é preciso ser um gênio para saber que a primeira coisa que qualquer regime ditatorial faz é acabar com o judiciário e estabelecer suas próprias leis. Juntando A com B...
Outro sintoma desta distorção pode ser visto na devoção que a maioria dos Lulistas tem por Fidel Castro. Não há como negar o carisma e a força de Fidel como líder, mas, por outro lado, é preciso entender que ele sempre foi um ditador, incapaz de conviver com o contraditório. Isto o coloca num nível muito abaixo de verdadeiros líderes democráticos, como Churchill e Mandela, só para citar dois. Resumindo; quem louva a trajetória de Fidel Castro não acredita em soluções democráticas, simples assim.
Enfim, o que une os dois lados aparentemente opostos desta moeda é o fascínio por líderes messiânicos e a incapacidade de conviver com quem ousa ter opiniões diferentes. Um lado quer a volta da ditadura dos militares, o outro acredita que Lula é o ditador “bonzinho e amigo do povo” que vai transformar o Brasil na grande e feliz Cuba dos sonhos deles.
O que me deixa mais preocupado é que, somados, Lulistas e Bolsonarianos representam mais da metade dos eleitores brasileiros. A conclusão é triste; democraticamente, a maioria dos brasileiros decide que é contra a democracia. Como é que a gente sai desta?
Quem viver, verá.
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