terça-feira, 21 de agosto de 2018

Lulistas e Bolsonarianos têm uma coisa em comum; o desprezo pelas instituições democráticas. E isto é um perigo

O cenário polarizado e grosseiro que envolve a atual campanha eleitoral deriva, de certa forma, da visão totalitária dos seguidores dos dois nomes mais importantes do cenário; o candidato Bolsonaro e Lula, o candidato a candidato.
Bolsonaro pelo menos é sincero e explícito; apoia abertamente a volta da ditadura militar, torce o nariz para tudo o que represente “direitos humanos”, cita torturadores como exemplos de conduta... Enfim, quem vota nele sabe exatamente o que ele pensa.
Já os que exigem a libertação de Lula são um pouco mais sutis, mas não menos perigosos. Afinal, acreditar que a condenação de Lula é um gesto político e não se baseia em provas reais significa pensar que o todo o sistema judiciário brasileiro não vale nada. E não é preciso ser um gênio para saber que a primeira coisa que qualquer regime ditatorial faz é acabar com o judiciário e estabelecer suas próprias leis. Juntando A com B...
Outro sintoma desta distorção pode ser visto na devoção que a maioria dos Lulistas tem por Fidel Castro. Não há como negar o carisma e a força de Fidel como líder, mas, por outro lado, é preciso entender que ele sempre foi um ditador, incapaz de conviver com o contraditório. Isto o coloca num nível muito abaixo de verdadeiros líderes democráticos, como Churchill e Mandela, só para citar dois. Resumindo; quem louva a trajetória de Fidel Castro não acredita em soluções democráticas, simples assim.
Enfim, o que une os dois lados aparentemente opostos desta moeda é o fascínio por líderes messiânicos e a incapacidade de conviver com quem ousa ter opiniões diferentes. Um lado quer a volta da ditadura dos militares, o outro acredita que Lula é o ditador “bonzinho e amigo do povo” que vai transformar o Brasil na grande e feliz Cuba dos sonhos deles.
O que me deixa mais preocupado é que, somados, Lulistas e Bolsonarianos representam mais da metade dos eleitores brasileiros. A conclusão é triste; democraticamente, a maioria dos brasileiros decide que é contra a democracia. Como é que a gente sai desta?
Quem viver, verá.

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