terça-feira, 14 de julho de 2015

A escala de valores do Brasil e seus reflexos na vida real

Da série “Por que que a gente é assim?” (obrigado, Cazuza);
Tentando explicar a crise brasileira, lembro um economista chamado Douglass North, prêmio Nobel em 1993. Segundo ele, o que define o desenvolvimento (ou não) de um País são as crenças de seu povo. Este fator é mais importante que qualquer outro (recursos naturais, clima, raça, religião, etc...). Uma das melhores frases dele é; “Se um País valoriza a pirataria, vai produzir os melhores piratas”. Pensando no caso brasileiro, criei quatro cenas domésticas que podem explicar muitas das nossas mazelas.
Cena doméstica um; O filho chega da escola e diz; “Pai, eu sou o melhor jogador de futebol da minha turma!”. Papai-ogro dá um abraço nele e diz, orgulhoso; “garoto bom!”.
Cena doméstica dois; O filho chega da escola e diz; “Pai, eu já peguei todas as meninas da minha turma, só deixei de lado as feias!”. Papai-ogro, explodindo de felicidade, berra; “Este puxou a mim!”.
Cena doméstica três; O filho chega da escola e diz; “Pai, eu sou o melhor aluno de matemática da minha turma!”. Papai-ogro dá um sorriso amarelo e pensa; “O que que eu fiz de errado prá ter um filho nerd?”.
Cena doméstica quatro; O filho chega da escola e diz; “Pai, eu ganhei o concurso de poesia do colégio!”. Papai-ogro perde o controle, dá-lhe logo um tabefe e grita; “Acaba logo com isto, que eu não vou criar boiola aqui em casa!”.
Tá certo, pode ser que eu esteja sendo radical, mas acho que, na grande maioria dos nossos lares, a cena seria mais ou menos assim. Conclusão; somos, provavelmente, o País que mais valoriza a sensualidade, ainda produzimos bons futebolistas, mas temos uma produção científica e tecnológica baixíssima, um índice de analfabetismo funcional assustador, nenhum Prêmio Nobel na estante... Tudo em função das nossas crenças e valores.
Neste caso, não adianta botar a culpa no PT; a gente sempre foi assim. Mas é possível mudar... Eu acredito!

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