quinta-feira, 20 de agosto de 2015

O problema das drogas; será que não está faltando bom senso?

Mais uma da série; “ninguém me perguntou nada, mas eu acho que...”;
Nunca consegui ver o menor sentido neste debate sobre descriminalizar o uso de drogas, mantendo a proibição da produção e venda. Afinal, esta proposta não resiste â lógica mais elementar; se alguém esta portando uma substância cuja venda é proibida, é porque comprou de forma ilegal e, portanto é, no mínimo, sócio do criminoso. Ninguém pode alegar inocência dizendo que comprou um produto contrabandeado ou que exigiu propina “para uso pessoal”. Ou é proibido ou não é. Simples assim.
Minha proposta de solução para o problema é mais simples ainda; é proibido proibir, libera tudo e estamos conversados. E diga-se que quem está falando aqui é um dos caras mais "nerds" de toda a geração de Woodstock; só para ter uma ideia, eu nunca fumei um cigarro, legalizado ou não (e, diga-se, isto nunca me fez a menor falta).
A justificativa deste meu ponto de vista é mais simples ainda; a melhor maneira de combater um mau hábito é o esclarecimento, que só acontece na medida em que as coisas são tratadas de forma transparente. O fracasso da “lei seca”, nos Estados Unidos do início do século passado, e os recentes sucessos obtidos pelas leis de restrição do consumo de álcool para motoristas e ao tabagismo, de um modo geral, são exemplos altamente positivos. Veja bem, ninguém pensou em colocar na ilegalidade os fabricantes e vendedores de bebidas e cigarros, todo este setor funciona muito bem, gerando empregos e impostos, mas a sociedade consegue, cada vez mais, coibir os efeitos maléficos do uso destas substâncias. Você fuma e bebe o que quiser, só não pode prejudicar os outros. Não vejo porque isto não iria acontecer com as outras drogas. No vizinho Uruguai, a maconha foi liberada e, no depoimento do próprio presidente Mujica, “o mundo não acabou”.
De qualquer forma, se é verdade que a “sociedade não está preparada para isto”, conforme dizem todos os que insistem em manter o status atual, entendo que a repressão, então, tem que ser total. E aí entendo que o melhor é adotar logo a lei de Cingapura, onde a pena (de morte) é a mesma para quem é descoberto com dez gramas de droga ou uma tonelada. Lá, pelo menos, o sujeito tem amplo direito de defesa, e o próprio estado se encarrega da execução, quando é o caso, enquanto aqui a pena de morte é decretada e executada pelos traficantes, num processo muito mais injusto e ruinoso para todo mundo, além de aumentar exponencialmente o número de inocentes mortos. Ressalto mais uma vez que não concordo com nada disto, mas entendo que, se a escolha da sociedade é pela repressão (que não é a minha opção, repito), que, pelo menos, seja feita de forma eficiente. Somando e subtraindo, o número de mortos lá é muito menor do que aqui, e o sentimento de segurança nas ruas, incomparavelmente maior.
Resumindo, conforme diria minha sábia avó lá de Santa Maria, ou é calça de veludo ou bunda de fora. Se a opção é proibir, que o estado o faça com mão pesada e coloque logo todo mundo no mesmo saco. O bom senso me levar a pensar que liberar tudo seria a opção mais inteligente, até mesmo para diminuir e controlar o consumo. Mas ficar no meio do caminho, seguramente, é a pior opção.

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