terça-feira, 10 de março de 2015

O IMPEACHMENT SERIA A SALVAÇÃO PARA DILMA E LULA (OU; PORQUE SOU CONTRA O CONFRONTO)

O recente pronunciamento da “Presidenta” Dilma foi, antes e acima de tudo, patético. Ela continua negando a realidade, atribuindo a terceiros o fracasso do modelo econômico implantando por seu antecessor e mantido por ela, e repetindo, à exaustão, aquela que parece ser a sua única resposta para tudo; no tempo do PSDB era pior. E pronto.
Em paralelo com isto, considero mais patética ainda a postura de algumas pessoas que, ao invés de acompanhar o discurso, para poder analisar e criticar democraticamente os posicionamentos dúbios (para dizer o mínimo) da chefe do executivo, preferiram ficar batendo panelas e gritando xingamentos em suas varandas.
Brasileiros e brasileiras; se queremos uma mudança de fato, o pior caminho é o do confronto. Vaiar e chamar a presidente de “vaca” e outros absurdos que ouvi, é coisa de troglodita. Tentar derrubá-la à força, ou dizer, como já ouvi várias vezes, que “ela não me representa” é pior ainda. Dilma Rousseff foi eleita democraticamente e, na minha visão, deve governar o país pelos próximos quatro anos, conforme é norma em todos os lugares civilizados do mundo.
Um ambiente de ânimos exaltados é tudo o que Lula e seus companheiros querem para reforçar o seu discurso preferido; o de jogar brasileiros contra brasileiros, “as elite branca” contra os pobres, os negros, os sem-terra e mais não sei o quê. A arma do PT sempre foi esta, desde os seus tempos de oposição; invadir, quebrar, desrespeitar as regras do jogo. O que o Brasil inteligente e civilizado precisa fazer, neste momento, é exatamente zelar pelas suas instituições democráticas; que os eleitos sejam mantidos, que o judiciário e a Polícia Federal continuem trabalhando com liberdade para apurar a corrupção, e que os meios de comunicação continuem divulgando tudo. Só assim vamos mudar para melhor.
Por tudo isto entendo que as prometidas “marchas” de 15 de março só vão servir para ajudar os ocupantes do poder a endurecerem o discurso e as ações; quando Lula ameaça “colocar o exército do Stédile na rua” ele não está blefando. E, no caso, o pessoal do MST, transformado em “Guarda Nacional” ainda terá a desculpa de que está defendendo o mandato de uma pessoa eleita democraticamente contra um suposto “golpe das elite”.
Resumindo, entendo que o pior que pode acontecer para Dilma e seus pares é terem que passar quatro anos explicando que o seu modelo de inclusão social através de bolsas, projetos absurdos e crédito fácil desmoronou por culpa da crise internacional, da mídia golpista e dos governos anteriores. Com o inevitável arrocho econômico batendo às portas de todos, cada vez menos gente vai acreditar nisto, e o final será uma desmoralização total, em que terão que pedir ajuda para as pessoas realmente competentes deste País – como tiveram que fazer agora ao chamar um cara do nível de Joaquim Levy para ministro da fazenda, nome que, seguramente, está muito mais próximo “das elite” do que do PT tradicional. Afinal, alguém tem que consertar as besteiras que foram feitas ao longo destes anos todos.
A democracia é a pior forma de governo, tirando todas as outras, já dizia o sábio Winston Churchill. E só a democracia nos dá espaço para eleger incompetentes e depois tirá-los do poder em novas eleições. Qualquer movimento contra a ordem democrática, neste momento, é um tiro no pé de todos nós.

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