quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Diretoria da Petrobras recebe aviso prévio de 30 dias – pode isto?

Não sei se muita gente lembra de um cronista chamado Sérgio Porto, que escrevia sob o pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta e morreu (ou talvez tenha sido morto) na época da ditadura militar. Stanislaw, um gênio do humor, era um crítico feroz do regime então vigente, e criou a sigla “FEBEAPA”, para o que ele chamava de “Festival de Besteiras que Assola o País” Onde quer que esteja, tenho certeza que ele está impressionado com o volume de material que a vida política brasileira está fornecendo, diariamente, para uma possível reedição do FEBEAPA.
A última novidade é o anúncio público feito pelo Planalto de que a Diretoria da Petrobras será toda demitida... no início do próximo mês. E com mais um detalhe importante; não foram anunciados os substitutos.
O brasileiro já está tão acostumado com estes absurdos que, acredito, pouca gente notou o quanto esta decisão é descabida, sob o ponto de vista de técnica de administração de conflitos (esqueçam partidos e ideologia, neste momento). Caso para estudo; você tem uma empresa que está se desmanchando, por culpa de um esquema que, durante vários anos, juntou ambição política e corrupção, e chega à conclusão que o único jeito de recuperar a credibilidade é demitindo todos os diretores. Até aí tudo bem (parêntese importante; não acho que a solução certa seria esta. Mas é apenas a minha opinião). Só que qualquer manual de administração vai te dizer o seguinte; primeiro você convida os substitutos, fecha com eles, e depois tira a diretoria atual e empossa a nova, se possível no mesmo dia. Simples assim. O velho e bom Maquiavel já dizia; se é para fazer o mal, faça-o de uma só vez. Infelizmente, a maioria dos ocupantes do poder hoje é capaz de confundir Maquiavel com o Capitão Marvel, portanto... Deixa prá lá.
Imaginem como devem estar se sentindo, neste momento, os diretores da Petrobras. Graça Foster e José Figueiredo, que eu conheço pessoalmente e sei que são “workaholics” assumidos (além de muito competentes, diga-se), vão fazer o que, nestes próximos dias? Tomar decisões? Preparar a transição sem saber para quem? Conversar sobre o futuro da empresa? Com quem? E o recém-empossado Diretor de Gestão Corporativa (não lembro o nome dele, confesso)? Vai ficar? Vai sair?
O resumo da ópera é o seguinte; o que o governo está anunciando é que a novela Petrobras vai se arrastar por pelo menos mais um mês, sem solução. Num momento em que é preciso ter agilidade mental e coragem para tomar e implementar decisões, o Planalto reage na velocidade de um cágado com artrite. E, para quem gosta do termo, a “Presidenta” mostra, mais uma vez, que é uma “Gerenta” muito pouco “Competenta”.
Que Deus nos ajude!

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