domingo, 20 de julho de 2014

E SE FOSSE A ARGENTINA?

A vitória dos alemães na Copa do Mundo mostrou, mais uma vez, aquilo que eu e todos os que entendem um mínimo que seja de gerenciamento de projetos já sabem há muito tempo; a importância do planejamento e da disciplina para que se atinja o sucesso. Não vou falar mais sobre o assunto, todos os meios de comunicação estão aí com reportagens, artigos, vídeos e mais o que seja para louvar a vitória alemã. O esporte como metáfora da vida, etc...
Chato como sempre, gostaria de levantar um pequeno problema; quem assistiu o jogo sabe que os alemães ganharam por 1x0, com um golzinho no final da prorrogação (golzinho é maldade minha; foi um golaço. A jogada foi muito bonita e a conclusão perfeita). Mas, independente da beleza do gol, foi só um a zero. E é preciso reconhecer que, durante os 120 minutos de partida, as melhores chances de marcar foram dos argentinos. Três vezes a bola do jogo esteve nos pés dos “hermanos”, mas as conclusões de Higuain, Palacios e Messi foram dignas de peladeiros da pior espécie, muito abaixo do talento reconhecido de qualquer um deles. O fantástico goleiro Neuer nem precisou usar sua categoria, os três chutes foram para fora.
Mas agora levanto minha tese; e se eles marcassem, e a Argentina fosse a grande campeã? Será que hoje diríamos que o modelo argentino deve ser imitado? Que dar calote na economia e estatizar o futebol é a grande solução? Para quem não sabe, o governo Kirchner tirou o campeonato de futebol das redes particulares de TV e hoje ele é uma ferramenta oficial de propaganda governista. Fiel ao espírito populista bolivariano, o próximo campeonato argentino terá trinta clubes e um regulamento complicadíssimo, visando evitar o rebaixamento dos grandes clubes. Enfim, quase quarenta anos depois eles estão repetindo a tática usada pelos governos ditatoriais do Brasil; onde a ARENA vai mal, entra um clube no nacional, era o que se dizia na época, referindo-se ao partido governista na pseudo-democracia que vivíamos então. Obviamente este modelo é perdedor; e não é a toa que os grandes clubes de lá, como Boca Juniors e River Plate, vivem hoje em situação muito pior do que os seus congêneres brasileiros, que nem são tão grande coisa assim.
Mas a seleção argentina, que não tem nada a ver com isto, porque todos os seus grandes jogadores jogam fora, mesmo, quase ganhou. Portanto, meus amigos, nunca esqueçam que o futebol pode ser uma metáfora para a vida, mas dentro de certos limites. O modelo alemão é o correto, e continuaria sendo mesmo que eles perdessem a final. Ainda bem que os deuses do futebol impediram a injustiça...

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