Seguramente, nenhum esporte rivaliza com o futebol em termos de popularidade no mundo. E não há dúvidas que a simplicidade de suas regras está na base deste sucesso. Organizar um jogo de futebol é muito simples, não há a necessidade de equipamentos complicados, não existe nem mesmo um biótipo ideal (conhecem algum bom jogador de vôlei da altura do Romário?), enfim, o futebol agrada a todos. Só que não há como fechar os olhos ao fato de que estas mesmas regras, mantidas quase inalteradas por mais de um século, precisam de uma reforma urgente. O aumento da velocidade e da força dos jogadores, e a tecnologia que foi desenvolvida ao longo dos últimos anos fazem com que, cada vez mais, os erros de arbitragem aconteçam e fiquem expostos. E usar golpes baixos como proibir a reprodução dos lances polêmicos nos telões dos estádios, é tentar tapar o sol com uma peneira, como diria minha sábia avó.
Como sair desta? Acho que é possível alcançar um ponto de equilíbrio entre a tradição e o progresso. O Presidente da FIFA tem toda a razão quando diz que o futebol não é um jogo que possa ser interrompido a toda hora, e muito menos é possível voltar um ponto (como se faz no tênis ou no vôlei). Assim sendo, ficaria difícil parar o jogo em todos os lances “suspeitos”, para que os árbitros pudessem rever decisões. Desta forma, me parece que o mais racional seria tentar, pelo menos, aumentar o número de árbitros em campo, para que os lances pudessem ser observados mais de perto. A título de comparação, o basquete e o futsal, que são disputados em quadras bem menores, tem dois árbitros (três, no caso da NBA), além da mesa de cronometragem. No vôlei temos dois árbitros e quatro auxiliares.
No campo da tecnologia, acho que a bola com sensor de posição seria uma novidade interessante (fico na dúvida sobre o que acontecerá quando o sensor falhar e anotar um gol erradamente). O uso do replay talvez fosse bom, mas limitado a um ou dois lances por jogo. Enfim, acho que será difícil aplicar a tecnologia na prática, sem tornar o jogo monótono, com interrupções a toda hora.
Resumindo, minha proposta seria a adoção de três novidades simples;
- Dois árbitros em campo (cada um numa metade do gramado);
- Dois árbitros específicos para jogadas próximas ao gol;
- Mudar a lei do impedimento (só marcar impedimentos da linha da área para a frente, o que facilitaria muito a vida dos bandeirinhas).
Acho que com estas pequenas mexidas, teríamos um jogo mais dinâmico, e uma boa redução no número de erros de arbitragem.
Só para refrescar a memória, vale lembrar que as duas mudanças mais significativas que ocorreram nas centenárias regras do futebol foram introduzidas depois de Copas com algum tipo de problema. Lembrando;
a) As substituições e os cartões amarelos e vermelhos viraram regra depois da Copa de 1966 (quando, por força da evolução física dos atletas, os choques se tornaram mais freqüentes e o jogo mais violento);
b) A proibição do goleiro agarrar uma bola atrasada foi estabelecida após 1990 (a pior copa da história, com a média de gols mais baixa de todos os tempos).
Tomara que o excesso de erros de arbitragem e a falta de gols que estão sendo características desta copa de 2010 acabem por prestar um grande favor ao futebol, acelerando a introdução destas mudanças.
E, antes que eu me esqueça; dizer que erro de arbitragem faz parte da “magia do futebol” é dose... Fala sério!
quinta-feira, 1 de julho de 2010
quinta-feira, 24 de junho de 2010
O Rei, o Anão Zangado e o Bobo da Corte
Sem dúvida, Diego Maradona é a figuraça desta Copa do Mundo. Ou, para usar o termo popularizado pelo filme “Tropa de Elite”, é o maior fanfarrão. Suas atitudes e declarações polêmicas fazem a alegria dos meios de comunicação. E o mais engraçado é que o seu time (que, apesar de desorganizado, tem a maior concentração de talento por metro quadrado do planeta) parece que resolveu acertar. De certa forma, don Diego tem lá sua parcela de mérito nesta história toda, uma vez que, com suas palhaçadas, acaba por atrair para si todos os refletores, diminuindo a pressão sobre os atletas, deixando-os à vontade para fazer o que sabem – jogar bola.
Maradona parece ter uma obsessão na vida; superar Pelé. Como o conjunto de seus feitos no futebol, embora respeitável, não se compara ao do brasileiro, ele utiliza sua ferina ironia para promover guerrilhas verbais com o Rei. E Pelé acaba caindo na provocação. É um grande erro; o Rei não deve discutir com um Bufão. Do Rei se espera coerência de atitudes; do Bufão, bobagens. No fim, Maradona sempre dá a impressão de se sair melhor que Pelé nestas briguinhas bobas. O fato é que ele precisa disto, e Pelé não.
De qualquer forma, não há dúvida que Maradona está dando a esta Copa um brilho que estava faltando. Lembro de uma frase que ouvi há algum tempo; “os ingleses bem educados inventaram o tênis, os mal educados inventaram o futebol”. Acho que o que torna o personagem Maradona fascinante é justamente a sua falta de modos. Quando baixa o nível na entrevista e manda os jornalistas “chuparem”, quando sai do treinamento fumando um charuto, quando demonstra ao Mundo sua simpatia pelos tiranos Fidel Castro e Hugo Chavez, ele nos traz o lado malcriado que todo o torcedor tem (para quem não acredita, sugiro a leitura do livro “Como o futebol explica o Mundo”, de Frederic Foer. Este jornalista americano prova que os gritos de guerra das torcidas, em todos os lugares do mundo, têm sempre algo de preconceituoso, ou homofóbico, ou racista, ou tudo junto. Resumindo; o ser humano, na média, não é lá grande coisa. E é no meio da torcida que ele solta o que tem de pior dentro de si).
Maradona se lixa para a praga do “politicamente correto”, e isto é ótimo. Existe coisa mais chata que uma entrevista do Dunga (o nosso anão zangado)? E o pior é que quase todos os técnicos desta Copa (mesmo os mais educados), são tão chatos quanto. O futebol jogado é reflexo disto tudo, falta emoção, todo mundo se borra de medo de perder. O que Maradona acaba por demonstrar é que o futebol não precisa desta seriedade toda; é só um jogo. E é muito mais lúdico tentar fazer gols do que evitá-los a todo custo.
Resumindo; ninguém quer que a Argentina seja campeã. Mas que os jogos deles são mais divertidos que os nossos, isto não tem dúvida...
Maradona parece ter uma obsessão na vida; superar Pelé. Como o conjunto de seus feitos no futebol, embora respeitável, não se compara ao do brasileiro, ele utiliza sua ferina ironia para promover guerrilhas verbais com o Rei. E Pelé acaba caindo na provocação. É um grande erro; o Rei não deve discutir com um Bufão. Do Rei se espera coerência de atitudes; do Bufão, bobagens. No fim, Maradona sempre dá a impressão de se sair melhor que Pelé nestas briguinhas bobas. O fato é que ele precisa disto, e Pelé não.
De qualquer forma, não há dúvida que Maradona está dando a esta Copa um brilho que estava faltando. Lembro de uma frase que ouvi há algum tempo; “os ingleses bem educados inventaram o tênis, os mal educados inventaram o futebol”. Acho que o que torna o personagem Maradona fascinante é justamente a sua falta de modos. Quando baixa o nível na entrevista e manda os jornalistas “chuparem”, quando sai do treinamento fumando um charuto, quando demonstra ao Mundo sua simpatia pelos tiranos Fidel Castro e Hugo Chavez, ele nos traz o lado malcriado que todo o torcedor tem (para quem não acredita, sugiro a leitura do livro “Como o futebol explica o Mundo”, de Frederic Foer. Este jornalista americano prova que os gritos de guerra das torcidas, em todos os lugares do mundo, têm sempre algo de preconceituoso, ou homofóbico, ou racista, ou tudo junto. Resumindo; o ser humano, na média, não é lá grande coisa. E é no meio da torcida que ele solta o que tem de pior dentro de si).
Maradona se lixa para a praga do “politicamente correto”, e isto é ótimo. Existe coisa mais chata que uma entrevista do Dunga (o nosso anão zangado)? E o pior é que quase todos os técnicos desta Copa (mesmo os mais educados), são tão chatos quanto. O futebol jogado é reflexo disto tudo, falta emoção, todo mundo se borra de medo de perder. O que Maradona acaba por demonstrar é que o futebol não precisa desta seriedade toda; é só um jogo. E é muito mais lúdico tentar fazer gols do que evitá-los a todo custo.
Resumindo; ninguém quer que a Argentina seja campeã. Mas que os jogos deles são mais divertidos que os nossos, isto não tem dúvida...
quarta-feira, 9 de junho de 2010
A Seleção sem graça
Posso jurar que jamais passará pela minha cabeça a idéia de torcer contra o Brasil. Mas não tenho a menor dúvida que Dunga e Jorginho formam a mais antipática dupla de treinadores que a nossa seleção já teve em uma Copa do Mundo. E o time, infelizmente, é o reflexo fiel disto. É muito difícil sentir empatia por esta equipe.
E, pelo amor de Deus, não façam comparações entre Dunga e Felipão. Pra começar, Felipão chegou no Japão em 2002 carregando uma bagagem de títulos que começava na Copa do Brasil do Criciúma, em 1991, e incluía, entre outras coisas, duas Libertadores (com o Grêmio, em 95, e o Palmeiras, em 99). Era um técnico consagrado. E, mesmo sendo às vezes carrancudo, nunca deixou de ter um sorriso e um abraço paternal para com seus comandados. Ele é o típico “Nonno” italiano, capaz de xingar todas as tuas gerações num momento de raiva, e depois chorar no teu ombro pedindo desculpas. A prova disto é que nunca ouvi falar de algum ex-jogador de Felipão que tenha mágoa dele (até mesmo o boquirroto Romário, cuja barração foi muito contestada na época, se diz amigo dele).
Já Dunga é uma figura quixotesca; nunca parece feliz, não sorri, e distila seu ódio e rancor contra tudo e todos. Em suas entrevistas, raramente fala de táticas e menos ainda de técnica; prefere usar termos como “patriotismo” e “espírito de guerreiros”. E, pior que tudo, sempre que pode deixa claro que não é possível ganhar e fazer um jogo agradável aos olhos. No fundo, Dunga passa a impressão de que odeia futebol. O que ele gosta mesmo é de guerra.
Na minha humilde visão, disciplina tática e criatividade podem (devem) conviver numa equipe. Dunga talvez tenha esquecido que, mesmo na ultra-pragmática equipe de 94, que parece ser o seu time dos sonhos, havia espaço para os solos artísticos de Romário, que foi quem desequilibrou a Copa a nosso favor. Em 2006 o erro do Brasil foi acreditar que o talento poderia superar a bagunça. Acho que Dunga está caindo no extremo oposto – o que pode ser um erro pior ainda.
Por fim, para provar definitivamente que tudo que está ruim sempre pode piorar, enquanto o Dom Quixote original tinha no escudeiro, o gordo e bonachão Sancho Pança, um ponto de contato com a realidade da vida, Dunga conseguiu arranjar um ajudante pior que ele; Jorginho, além de compartilhar o mau humor do chefe, ainda tem como característica marcante um fundamentalismo religioso quase doentio. Assim, ao invés de tentar convencer Dunga que os monstros que ele vê são apenas moinhos de vento, Jorginho ainda garante que, além de monstros, são demônios - e empunha sua espada sedenta do sangue dos infiéis. Por favor, que fique claro que não sou contra a religião de ninguém; só me dou o direito de não gostar de gente fanática, capaz de confundir um simples jogo de futebol com uma batalha contra os mouros.
Resumindo; vamos torcer pela nossa seleção, é claro. Mas, se a vitória vier (e tomara que venha!), que ninguém diga que foram os cruzados de Dunga e Jorginho que venceram o Mundo, muito menos que o exército dos cristãos purificados derrotou as hostes das trevas, aqueles devassos que (imaginem só!) gostam não só de futebol, mas também de bebida, chocolate e sexo (não necessariamente nesta ordem). E, principalmente, que não se estabeleça como verdade irreversível que não é possível ganhar e jogar bonito. Afinal, a própria FIFA se refere ao futebol como “the beautiful game”. Que continue assim.
E, pelo amor de Deus, não façam comparações entre Dunga e Felipão. Pra começar, Felipão chegou no Japão em 2002 carregando uma bagagem de títulos que começava na Copa do Brasil do Criciúma, em 1991, e incluía, entre outras coisas, duas Libertadores (com o Grêmio, em 95, e o Palmeiras, em 99). Era um técnico consagrado. E, mesmo sendo às vezes carrancudo, nunca deixou de ter um sorriso e um abraço paternal para com seus comandados. Ele é o típico “Nonno” italiano, capaz de xingar todas as tuas gerações num momento de raiva, e depois chorar no teu ombro pedindo desculpas. A prova disto é que nunca ouvi falar de algum ex-jogador de Felipão que tenha mágoa dele (até mesmo o boquirroto Romário, cuja barração foi muito contestada na época, se diz amigo dele).
Já Dunga é uma figura quixotesca; nunca parece feliz, não sorri, e distila seu ódio e rancor contra tudo e todos. Em suas entrevistas, raramente fala de táticas e menos ainda de técnica; prefere usar termos como “patriotismo” e “espírito de guerreiros”. E, pior que tudo, sempre que pode deixa claro que não é possível ganhar e fazer um jogo agradável aos olhos. No fundo, Dunga passa a impressão de que odeia futebol. O que ele gosta mesmo é de guerra.
Na minha humilde visão, disciplina tática e criatividade podem (devem) conviver numa equipe. Dunga talvez tenha esquecido que, mesmo na ultra-pragmática equipe de 94, que parece ser o seu time dos sonhos, havia espaço para os solos artísticos de Romário, que foi quem desequilibrou a Copa a nosso favor. Em 2006 o erro do Brasil foi acreditar que o talento poderia superar a bagunça. Acho que Dunga está caindo no extremo oposto – o que pode ser um erro pior ainda.
Por fim, para provar definitivamente que tudo que está ruim sempre pode piorar, enquanto o Dom Quixote original tinha no escudeiro, o gordo e bonachão Sancho Pança, um ponto de contato com a realidade da vida, Dunga conseguiu arranjar um ajudante pior que ele; Jorginho, além de compartilhar o mau humor do chefe, ainda tem como característica marcante um fundamentalismo religioso quase doentio. Assim, ao invés de tentar convencer Dunga que os monstros que ele vê são apenas moinhos de vento, Jorginho ainda garante que, além de monstros, são demônios - e empunha sua espada sedenta do sangue dos infiéis. Por favor, que fique claro que não sou contra a religião de ninguém; só me dou o direito de não gostar de gente fanática, capaz de confundir um simples jogo de futebol com uma batalha contra os mouros.
Resumindo; vamos torcer pela nossa seleção, é claro. Mas, se a vitória vier (e tomara que venha!), que ninguém diga que foram os cruzados de Dunga e Jorginho que venceram o Mundo, muito menos que o exército dos cristãos purificados derrotou as hostes das trevas, aqueles devassos que (imaginem só!) gostam não só de futebol, mas também de bebida, chocolate e sexo (não necessariamente nesta ordem). E, principalmente, que não se estabeleça como verdade irreversível que não é possível ganhar e jogar bonito. Afinal, a própria FIFA se refere ao futebol como “the beautiful game”. Que continue assim.
quarta-feira, 26 de maio de 2010
PROJETOS DO CAMPEONATO BRASILEIRO – 2010
Costumo dizer que, em projetos, não se deve trabalhar com valores fixos para prazo, custo e resultados. Isto pode até ser válido para casos específicos (projetos de curtíssimo prazo, por exemplo), mas, de um modo geral, acho que é mais razoável considerar os resultados de outra forma. A própria análise quantitativa de riscos nos conduz a isto; via de regra, o seu resultado final nos diz que o prazo (ou custo) do projeto pode variar de “x” a “y”, dentro de uma curva probabilística. Assim sendo, considero que é uma boa prática, ao fixarmos os chamados “objetivos” de um projeto, trabalhar com pelo menos três cenários; o principal, o pessimista e o otimista. Assim, ao invés de afirmar que o projeto vai durar dez meses e custar duzentos mil reais, prefiro acrescentar um “sujeito a pequenos desvios” (o que significa “pequenos desvios”? Varia caso a caso. Digamos que 10 a 20% é um chute razoável).
Além disto, sempre dependendo do caso, podemos criar cenários de “grande satisfação” (melhor que o otimista) e “grande insatisfação” (pior que o pessimista), estabelecendo os seus limites. E o que cair fora disto, pode ser enquadrado como "exceder expectativas" ou "tragédia" (lembrando sempre que estamos falando de uma forma genérica, e cada projeto é um projeto).
Procurando dar um exemplo prático, vamos de novo ao futebol. Neste momento, vinte clubes do Brasil lançam-se a um projeto que vai durar os próximos oito meses; o Campeonato Brasileiro. Embora o projeto seja o mesmo para todos, é claro que existem expectativas diferentes do clientes (torcedores), conforme a capacidade técnica ou a tradição do time. Para efeito didático, dividi os clubes em quatro grupos, usando para isto a minha sabedoria absoluta sobre o assunto (não abrirei discussões, é claro. Vale a minha opinião e acabou). Para cada grupo, fiz uma projeção de resultados prováveis, otimistas e pessimistas. Vamos ver em dezembro se eu tenho alguma vocação para oráculo...
Grupo A – Internacional(*), São Paulo(*), Cruzeiro, Santos(*)
Objetivo do projeto; Ser campeão
Vaga na Libertadores – não foi bem o que o cliente queria, mas... ainda é satisfatório;
Vaga na Sulamericana – cenário bem pessimista;
Escapar do rebaixamento – quase uma tragédia;
Costumo dizer que, em projetos, não se deve trabalhar com valores fixos para prazo, custo e resultados. Isto pode até ser válido para casos específicos (projetos de curtíssimo prazo, por exemplo), mas, de um modo geral, acho que é mais razoável considerar os resultados de outra forma. A própria análise quantitativa de riscos nos conduz a isto; via de regra, o seu resultado final nos diz que o prazo (ou custo) do projeto pode variar de “x” a “y”, dentro de uma curva probabilística. Assim sendo, considero que é uma boa prática, ao fixarmos os chamados “objetivos” de um projeto, trabalhar com pelo menos três cenários; o principal, o pessimista e o otimista. Assim, ao invés de afirmar que o projeto vai durar dez meses e custar duzentos mil reais, prefiro acrescentar um “sujeito a pequenos desvios” (o que significa “pequenos desvios”? Varia caso a caso. Digamos que 10 a 20% é um chute razoável).
Além disto, sempre dependendo do caso, podemos criar cenários de “grande satisfação” (melhor que o otimista) e “grande insatisfação” (pior que o pessimista), estabelecendo os seus limites. E o que cair fora disto, pode ser enquadrado como "exceder expectativas" ou "tragédia" (lembrando sempre que estamos falando de uma forma genérica, e cada projeto é um projeto).
Procurando dar um exemplo prático, vamos de novo ao futebol. Neste momento, vinte clubes do Brasil lançam-se a um projeto que vai durar os próximos oito meses; o Campeonato Brasileiro. Embora o projeto seja o mesmo para todos, é claro que existem expectativas diferentes do clientes (torcedores), conforme a capacidade técnica ou a tradição do time. Para efeito didático, dividi os clubes em quatro grupos, usando para isto a minha sabedoria absoluta sobre o assunto (não abrirei discussões, é claro. Vale a minha opinião e acabou). Para cada grupo, fiz uma projeção de resultados prováveis, otimistas e pessimistas. Vamos ver em dezembro se eu tenho alguma vocação para oráculo...
Grupo A – Internacional(*), São Paulo(*), Cruzeiro, Santos(*)
Objetivo do projeto; Ser campeão
Vaga na Libertadores – não foi bem o que o cliente queria, mas... ainda é satisfatório;
Vaga na Sulamericana – cenário bem pessimista;
Escapar do rebaixamento – quase uma tragédia;
Rebaixamento - hipótese não prevista (desvio muito grande).
Grupo B – Grêmio, Corinthians, Atlético-MG, Flamengo
Objetivo do Projeto; Vaga na Libertadores
Ser campeão – cenário otimista;
Vaga na Sulamericana – cenário pessimista;
Escapar do rebaixamento – grande insatisfação;
Rebaixamento – tragédia
Grupo C – Avai, Fluminense, Botafogo, Vasco, Vitória(*), Palmeiras, Atlético-PR
Objetivo do projeto; Vaga na Sulamericana
Ser campeão – excederia a expectativa;
Vaga na Libertadores – cenário otimista;
Escapar do rebaixamento – cenário pessimista;
Rebaixamento – grande insatisfação (mas é uma hipótese razoável).
Grupo D – Goiás, Atlético-GO, Grêmio Prudente, Guarani, Ceará
Objetivo do projeto; escapar do rebaixamento
Ser campeão – fala sério... o cliente vai ter um infarto.
Vaga na Libertadores – excederia a expectativa;
Vaga na Sulamericana –cenário otimista;
Rebaixamento – cenário pessimista.
(*) – Detalhe importante; estes quatro clubes (Inter, São Paulo, Santos e Vitória) ainda estão envolvidos em torneios que dão vagas para a Libertadores-2011. Assim sendo, se algum deles garantir a vaga, já vai deixar o cliente feliz o suficiente. É só não ser rebaixado...
Grupo B – Grêmio, Corinthians, Atlético-MG, Flamengo
Objetivo do Projeto; Vaga na Libertadores
Ser campeão – cenário otimista;
Vaga na Sulamericana – cenário pessimista;
Escapar do rebaixamento – grande insatisfação;
Rebaixamento – tragédia
Grupo C – Avai, Fluminense, Botafogo, Vasco, Vitória(*), Palmeiras, Atlético-PR
Objetivo do projeto; Vaga na Sulamericana
Ser campeão – excederia a expectativa;
Vaga na Libertadores – cenário otimista;
Escapar do rebaixamento – cenário pessimista;
Rebaixamento – grande insatisfação (mas é uma hipótese razoável).
Grupo D – Goiás, Atlético-GO, Grêmio Prudente, Guarani, Ceará
Objetivo do projeto; escapar do rebaixamento
Ser campeão – fala sério... o cliente vai ter um infarto.
Vaga na Libertadores – excederia a expectativa;
Vaga na Sulamericana –cenário otimista;
Rebaixamento – cenário pessimista.
(*) – Detalhe importante; estes quatro clubes (Inter, São Paulo, Santos e Vitória) ainda estão envolvidos em torneios que dão vagas para a Libertadores-2011. Assim sendo, se algum deles garantir a vaga, já vai deixar o cliente feliz o suficiente. É só não ser rebaixado...
sábado, 15 de maio de 2010
Será que Lula vai salvar o Mundo?
O nosso presidente Lula resolveu agora que vai solucionar a eterna crise do Oriente Médio. Carisma e inteligência não lhe faltam mas, como diria a minha vó, acho que ele está dando um passo maior que as pernas. Lula cometeu, já neste primeiro encontro com o presidente russo, um erro crasso; falando em português, resolveu agarrar o braço dele, para mostrar intimidade. No Brasil, consideramos isto comum; na Europa, agarrar o braço de alguem enquanto conversa é quase um agressão. É só ver a foto do russo para entender que ele está assustado e surpreso.
E não é para menos; imagina um cara que fala uma linguagem totalmente desconhecida, e, de repente, agarra o teu braço e fala num tom engraçadinho...
Minha conclusão é que o nosso presidente está bem intencionado e confiante, mas não tem a cultura e o conhecimento necessários para ter sucesso nesta negociação. Por outro lado, conhecendo a história de vida dele, não dá para duvidar do cara...
Piadinha final; dizem que depois de pacificar o Oriente, Lula vai andar sobre as águas, curar um leproso e eleger a Dilma. Não necessariamente nesta ordem...
E não é para menos; imagina um cara que fala uma linguagem totalmente desconhecida, e, de repente, agarra o teu braço e fala num tom engraçadinho...
Minha conclusão é que o nosso presidente está bem intencionado e confiante, mas não tem a cultura e o conhecimento necessários para ter sucesso nesta negociação. Por outro lado, conhecendo a história de vida dele, não dá para duvidar do cara...
Piadinha final; dizem que depois de pacificar o Oriente, Lula vai andar sobre as águas, curar um leproso e eleger a Dilma. Não necessariamente nesta ordem...
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